A COCAÍNA É UM ALCALÓIDE?

A cocaína é um alcalóide encontrado nas folhas do arbusto Sul Americano erythroxylon coca . É um potente psicoestimulante. A droga bloqueia a recaptação do neurotransmissor dopamina. As sensações imediatas são euforia, alerta, inquietação, supressão do sono, do medo, da fome e do cansaço. Em alguns usuários pode haver estimulação sexual enquanto em outros pode haver justamente o contrário.
Milhões de anos de evolução e seleção naturas proveram nosso cérebro de uma complexa teia neurológica de recompensas para situações que favoráveis a nossa existência. Esse mecanismo regula nosso humor, emoções, excitações, estados de euforia e satisfação. A ingestão regular de euforizantes químicos, notadamente a cocaína e anfetamínicos tais como ecstasy e metanfetaminas envia um sinal falso para o cérebro de que o consumo desta droga e as situações envolvidas são imensamente benéficas em detrimento daquelas realmente importantes para nossa evolução.
Os efeitos neuroquímicos da cocaína no cérebro são confundidos com os mecanismos de recompensa para situações desejadas. Um perigoso atalho que dispensa as situações normalmente requeridas para o disparo desse mecanismo, como sexo, realizações profissionais, amor, companhia de amigos e familiares, inter-relação pessoal, etc.. O resultado neuroquímico mais evidente em usuários é justamente o desequilíbrio deste delicado mecanismo, o que acaba por afastar o usuário das atividades normalmente prazerosas levando-o a buscar a recompensa química na cocaína.
È bastante normal usuários deixarem, gradativamente, de se sentirem confortáveis e estimulados para atividades cotidianas. Ao mesmo tempo podem experimentar um euforia quando deparados com assuntos, fatos ou lembranças de episódios de consumo da droga. Isso ocorre por que, quimicamente, seu cérebro passa a buscar mais os estímulos mais fortes e as situações nas quais ele foi “recompensado” em depreciação as situações onde ele normalmente deveria sentir este estímulo.
Poderíamos exemplificar esta situação com um rapaz que deixa de sair com a namorada mas pensa obsessivamente no bar onde costuma comprar a droga. A troca gradativa da família e trabalho por companheiros de uso e situações facilitadoras também pode ser decorrente deste mecanismo neuroquímico.
Quando consumida simultaneamente com álcool forma-se um novo componente proveniente da metabolização de ambas drogas. É ococaethylene . Este componente é de potencial de dependência ainda mais forte do que a cocaína o que explica a tendência de se beber quando se usa cocaína e usar cocaína quando se bebe, observada em muitos usuários desta droga.
È muito importante deixar claro que somente estamos abordando os mecanismos químicos, sem entrar nas complexas e importantes motivações e conseqüências psicosociais.

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